quarta-feira, 16 de março de 2011

Governo está preocupado com falta de mão de obra qualificada

Do blog do jamildo

No Valor Online

O governo está preocupado em como enfrentar o desafio da falta de qualificação profissional, num momento em que o mercado de trabalho se mostra bastante aquecido.

Segundo o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, o tema foi abordado na segunda reunião do Fórum de Desenvolvimento Econômico.

Ao deixar o Ministério da Fazenda, Coutinho comentou, rapidamente, que o governo quer encontrar soluções para a desqualificação no mercado de trabalho. Ele destacou que a questão se agrava "com o nível de emprego alto", com mais e mais empresas buscando mão-de-obra especializada, sem conseguir preencher vagas.

Ontem, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, divulgou a criação de 280 mil novas vagas em fevereiro, e também mencionou a urgência do governo em criar cursos de formação profissional.

Coutinho disse que outro ponto debatido no fórum foi a manutenção do "avanço dos investimentos com estabilidade de preços, de forma consolidar o crescimento econômico, embora em ritmo mais modesto" do que em 2010.

quinta-feira, 10 de março de 2011

A Ganância humana e o valor do dinheiro

Não deixo de me impressionar com a capacidade humana de relativizar a verdade em favor próprio. Recentemente vi o documentário "Inside Job", o vencedor do oscar 2011, e vi como os presidentes de empresas norte-americanas se parecem com alguns políticos brasileiros no desejo de aumentar lucros pessoais e exaltação própria. O documenário mostra uma verdadeira briga de egos onde quem tem mais é o melhor, claro que nesse pacote se soma a prostituição e as drogas, mas essas coisas acabam se tornando apenas um detalhe num mundo tão grande de corrupção e crimes financeiros que não podemos deixar de pensar que liderar grandes empresas é sinônimo de se corromper.

Com o backup do governo americano que praticamente se fundiu com o setor bancário, tudo o que os grandes empresários precisavam para aumentar seus lucros foi providenciado e toda falcatrua foi quase legalizada, digo quase porque quando a casa caiu, o congresso soube atuar e cobrar responsabilidade mesmo que de maneira muito suave ante ao prejuízo causado pelas grandes empresas ao sistema econômico dos EUA.

O que verdadeiramente me chamou a atenção foram as entrevistas com algumas pessoas envolvidas, que com a cara lavada muitas vezes ficavam sem saber o que dizer quando confrontada com os fatos, muito parecido com os políticos brasileiros que muitos assuntos são simplesmente evitados. Gostei de olhar na cara dessas pessoas e ficar pensando que elas se consideram pessoas de sucesso, que elas têm família e que a sociedade rende muitos tributos e homenagens a essas pessoas, muito parecido com o Brasil, onde escolas e ruas homenageiam pessoas que pouco ou nada fizeram para o povo brasileiro.

Contraditoriamente fiquei feliz, pois é fiquei feliz em ver que a ganância do ser humando não tem limites e isso tudo já está descrito na bíblia e não deveria ser nenhuma novidade para nós, apenas é realmente chocante a cara-de-pau de algumas pessoas quando existe interesse pessoal em jogo, pois não pense que esses indivíduos envolvidos nesses escândalos eram pessoas ignorantes que erraram por não saber como fazer, muito pelo contrário eles sabiam tanto que usaram em benefício próprio, assim como na política brasileira.

Termino esse artigo lembrando de um outro post desse blog em que eu dizia que para chegar aos grandes males muitas concessões de caráter foram permitidas pelo caminho, por isso peço que não acusemos essas pessoas com ar de superioridade, simplesmente não vamos ser iguais a elas naquilo que já possuímos hoje.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Porque esquecemos do planejamento?

Acredito que um dos grandes problemas do Brasil, se não o maior é a falta de planejamento. Será que um profissional poderá obter sucesso sem saber quais os objetivos traçados para sua carreira? Ou será que uma empresa conseguirá crescer se não tiver metas bem estabelecidas? Penso que ambas as respostas são negativas, pois sem um planejamento adequado dificilmente conseguiremos atingir os objetivos que desejamos. O poder público não é diferente, ele precisa de uma planejamento também, mas o que vemos não é exatamente isso.

Tomemos como exemplo a questão da mobilidade da cidade de Recife que além de ser uma cidade antiga, sempre teve uma grande população, o que ocasionou num crescimento desenfreado e sem planejamento, ou seja, estamos falando de uma cidade que "naturalmente" têm problemas de mobilidade, mas ultimamente esse problema tem ficado insuportável e reclamações têm surgido de todas as partes da sociedade recifense. Um dos fatores que tem piorado e muito essa situação foi  o crescimento econômico que multiplicou os prédios e  aumentou demasiadamente a quantidade de carros. Mas será que isso não poderia ser previsto? Claro que sim, o argumento de que o crescimento da cidade pegou todos de surpresa é enganoso e falho. O governo possui estatísticas e previsões que possibilitariam um planejamento apropriado para enfrentar esse aumento de pessoas e carros na cidade, alguma coisa poderia ter sido feita anos atrás mas não foi, nunca é.

Como funcionário público tenho visto inúmeros problemas de fácil resolução caso houvesse uma medida preventiva bem realizada, no entanto isso é deixado de lado. Mas porque algo tão relevante e importante para a sociedade seria deixado de lado em campanhas e planos de governo? Simples, planejamento não dá voto, muito pelo contrário algumas vezes pode até tirar votos. Em vez de gastar milhões com sistemas de prevenção de problemas, é melhor aumentar o bolsa-família, o resultado é direto e objetivo.

A copa já está na esquina e nunca ficou tão claro que o Brasil é paupérrimo em termos de planejamento, falta organização e sinergia em todas as áreas. Espero que possamos dar a volta por cima e entender a tempo que se não começarmos a planejar hoje, amanhã estaremos numa situação muito mais complicada e custosa.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Copa 2014: a história poderia ser outra

Do Congresso em Foco


Rodrigo Prada*
Nesta quarta-feira (2/3), o Portal 2014 apontou em relatório feito por sua equipe de reportagem que, dos doze estádios escolhidos para a Copa 2014, ao menos cinco devem virar elefantes brancos.
Definitivamente, o que mais atrasa o crescimento do Brasil é a falta de planejamento. O que mais ouvimos dizer hoje é que o grande problema da Copa 2014 serão os aeroportos. De fato serão. Mas quem não sabia que esse seria o maior gargalo do país, frente ao enorme desafio de prepará-lo para o maior evento de mídia do planeta?
As obras de que precisávamos não aconteceram. Teremos os puxadinhos... E a escolha das cidades, do ponto de vista de logística, não poderia ser pior.
Certamente não escolheram Manaus por conta da sua enorme tradição no futebol. Nem Cuiabá pela sua bem-equipada estrutura hoteleira. Ou Natal, pela força da iniciativa privada, capaz de, sem recursos públicos, erguer uma arena de futebol.
Se em 31 de maio de 2009, data em que a Fifa divulgou nas Bahamas a escolha feita pela CBF e governo brasileiro das cidades escolhidas, Belém, Goiânia e Florianópolis tivessem sido anunciadas, será que o risco de elefantes brancos seria menor?
Em 2008, fui assistir a um clássico manauara no Vivaldão, entre Rio Negro e São Raimundo. Sabem qual foi o público pagante? Exatas 198 pessoas. Com uma renda de R$ 4 mil. E isso dificilmente vai mudar...
No entanto, Belém, que disputava com Manaus o direito de sediar a Copa, foi preterida, mesmo tendo Payssandú e Remo como duas das torcidas mais apaixonadas do Brasil. Sem contar o estádio do Mangueirão, que é um dos mais belos e funcionais do país.
O grande argumento para a escolha de Manaus foi o marketing da Amazônia. Agora, será que os turistas vão gostar de ver igarapés poluídos, uma bagunça urbana com trânsito caótico e todas as mazelas da cidade? 

Florianópolis apresentou como proposta a reforma do estádio do Figueirense, com capital privado, para sediar a Copa.  No entanto, a escolhida Natal patinou até hoje para encontrar um modelo que fosse interessante para as construtoras.
Seu grande trunfo foi  proximidade da cidade com a Europa. Ora pois, em altura de cruzeiro, o aeroporto de Recife, por exemplo, está a 15 minutos de vôo a mais. Mas o problema maior não é na chegada dos europeus ao país, e sim no transporte entre as cidades, principalmente de aviação executiva. E Florianópolis, com potencial esportivo, estádio privado e entre Porto Alegre e Curitiba, a uma hora de vôo de São Paulo, ficou de fora... Alguém consegue explicar?
Cuiabá ter optado por construir um estádio com arquibancadas removíveis não esconde o fato de que a capital mato-grossense terá um dos maiores elefantes brancos da Copa. Afinal, serão gastos mais de R$ 500 milhões em uma arena que jamais terá um uso proporcional a tanto investimento.
Situação oposta é a de Goiânia, que já possui um estádio incrível projetado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha e tem torcida para enchê-lo, tanto do Goiás, quanto do Vila Nova e do Atlético-GO.
Em alguma coisa nossos governantes erraram. Ou foi na escolha das cidades, ou na falta de prioridade em melhorar os aeroportos, portos, hotéis e, principalmente, a mobilidade entre as cidades.
Para aquelas que foram as escolhidas – ocupando o lugar das preteridas -, não me levem a mal, pois é carnaval.
*Jornalista, autor do estudo sobre Os Estádios Brasileiros e diretor do Portal Copa 2014