quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Brasil, o país do futuro?(1/5)

Em seguida estarei reproduzindo matérias do Diário de Pernambuco e colocando em negrito as partes mais relevantes.

Um país (longe) do futuro 


Brasília - Embora tenha subido uma posição — de 85º para 84º, entre 187 países — no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Brasil continua atrás de nações como Bósnia (74ª), Cazaquistão (68º), Kuwait (63º) e Trinidad e Tobago (62º). Ao mesmo tempo, vizinhos com economias bem mais modestas, como Argentina (45ª) e Chile (44°), integraram, este ano, o seleto grupo de Estados com a mais alta qualidade de vida no mundo. O motivo fica evidente quando considerado o IDH ajustado à desigualdade social (IDHD). Nesse índice, calculado para 134 países, o Brasil subiria 41 posições caso eliminasse as disparidades internas, considerando as condições atuais nas demais nações. Essa ascensão levaria o país ao estágio “desenvolvimento humano muito elevado”, a classificação de elite do Pnud, onde estão incluídos Noruega, Canadá e Suécia.

Além da concentração de renda, responsável por 40% da desigualdade medida pelo IDHD, a educação é apontada como catalisador essencial para acelerar o desenvolvimento humano brasileiro — que, na última década, cresceu lentamente, a 0,69% ao ano, contra o ritmo verificado entre 1980 e 2000, de 0,87%. Para se ter ideia do tamanho do desafio, os brasileiros têm, em média, 7,2 anos de escolaridade, o mesmo número observado no Zimbábue, cuja posição no ranking do IDH é de 173º. O país está atrás, por exemplo, de Botswana, onde a média de escolaridade chega a 8,9 anos, e do Tajiquistão, com 9,8 anos. Já no quesito expectativa de vida — que completa o tripé renda, educação e saúde, usado no cálculo do índice —, o Brasil subiu de 73,1 anos, em 2010, para 73,5 em 2011. Jose Pineda, chefe do grupo de pesquisa do IDH, explicou que, devido a esse aumento, a saúde foi a variável com a maior contribuição individual para o índice brasileiro deste ano.

Expectativa de vida

Apesar do avanço destacado, a expectativa de vida dos brasileiros está bem abaixo não só dos primeiros colocados no ranking, como a Noruega, onde se espera viver 81 anos, como das nações com características semelhantes. Na Colômbia, por exemplo, a esperança ao nascer é de 73,7; na Argentina, de 75,9; e no México, de 77. 

No que depender do servidor público aposentado Eurípedes do Nascimento Arantes, em breve, o Brasil alcançará níveis mais elevados. Aos 80 anos, idade equiparável à expectativa dos países nórdicos, ele recorda os avanços na saúde pública ao longo das últimas décadas. “Quando eu era garoto, a gente só via remédio de planta e tomava com base no conhecimento popular, não havia médico nem hospital como hoje”, comemora.

O economista Marcelo Neri, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), avalia que o Brasil avançou na última década, quando a renda da população mais pobre cresceu 350%, mas destaca que a desigualdade permanece como principal característica negativa do país no cenário internacional. “A melhor forma para combater isso é atacar o problema da educação. Esse é o pilar que pode dar bases mais sólidas para a evolução do IDH brasileiro”, acrescenta. 



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